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setembro.2015

“Não curtir” é coisa séria

Têm se falado muito sobre a criação do botão “não curtir” do Facebook, mas a verdade é que a ideia não é que essa funcionalidade seja simplesmente criada em oposição ao “curtir”. A criação dessa nova forma de interação estaria muito mais relacionada à ideia que já existe na rede, que é a de expressar o que se sente através do uso dos emojis (Ilustrar com emojis triste, feliz, chorando, alegre). Pelo documento de patente do Facebook de 2014, dá para perceber uma pista do funcionamento do “não curtir”. Não seria, como imaginamos, um dedo para baixo (em alusão ao dedo para cima do botão curtir).

A ideia de “não curtir” surgiu da estranheza que existe em curtir uma nota trágica, como um falecimento ou uma tragédia, por exemplo. O “curtir” está relacionado a momentos felizes, até pela própria palavra pertencer a um universo de imagens positivas.

Mas o que todos questionamos é a questão da agressividade que poderia ser gerada a partir dessa nova funcionalidade. Talvez esse não seja um problema, já que o espaço de comentário é livre para opiniões tanto positivas, quanto negativas. É bem claro que uma interação criada com o único objetivo de reprovação deveria ser bem avaliado, mas esse não é o caso. Se pensarmos, por exemplo, na “inteligência” usada pelo Facebook para descobrir as preferências de seus usuários, nas estratégias de mídias, o botão de “não curti” pode ser muito positivo, direcionando os profissionais de mídias sociais a encontrar o público-alvo perfeito, partindo de um conhecimento aprofundado sobre o que é da aprovação (curtir) e reprovação (não curtir) do cliente/usuário. Ponto para as marcas, que terão um filtro ainda mais confiável e abrangente. Saber o que o cliente “não curte” é uma maneira esperta de oferecer a ele exatamente o que ele procura, e afastar dele aquilo que está em seu rol de reprovações.

Quem achou que o botão seria criado para motivo de discórdia se enganou! Podem continuar “descurtindo” os posts através de comentários somente, pelo menos por enquanto.