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agosto.2015

Como anda o consumo cultural entre os brasileiros?

Entender o consumo de cultura de um Estado — e seu país, como um todo — representa um grande passo para o desenvolvimento e produção de materiais culturais. Em países desenvolvidos, são realizadas pesquisas periódicas para traçar o perfil desse consumidor e esses dados servem como um grande norte para o crescimento da indústria como um todo.

Em 2014, a JLeiva Cultura & Esporte mapeou os hábitos culturais das 21 principais cidades do Estado de São Paulo. Entre os quase 8 mil entrevistados, 25% realizam atividades culturais em seu tempo livre. Essa estatística indica que um quarto dos habitantes das cidades pesquisadas são consumidores de cultura. Ou seja, nada menos que 4,5 milhões de pessoas. Esse número é equivalente à população total de um país pequeno.

Se o número de paulistas que consome cultura é relativamente grande, qual o perfil desse público e qual tipo de atividade mais o interessa?

Segundo a pesquisa, a maioria se dedica a atividades de mídia no tempo livre. Entre elas, a TV e Internet são as grandes vencedoras, seguidas por leitura, cinema — que se destacou como atividade cultural mais realizada fora de casa — e música. Caminhadas e práticas de esporte coletivos também se destacaram como as mais citadas e as cidades que lideraram os índices de prática se atividades culturais foram jundiaí, São José dos Campos e Botucatu.

A pesquisa ainda mostra que na Capital o interesse por cultura é maior na Zona Oeste. Apesar da Zona Leste se destacar como região de menor interesse, os CEUs (Centro de educação Unificada) se destacaram como a principal fonte de consumo de cultura. Isso mostra uma procura crescente e mobilização da própria população para ter acesso à conteúdo e programas culturais.

A prática de atividades culturais, no entanto, não é igual para toda a população. O grau de escolaridade e renda causaram um impacto direto nas estatísticas: 54% dos entrevistados que têm apenas o ensino fundamental completo nunca foram ao teatro, mesmo que 41% do geral cite a falta de interesse como principal razão para não realizar essas atividades.

Quando o assunto é cinema, nunca mais brigue com a sua mãe sobre a linguagem do filme: os dublados são preferência de 73% dos entrevistados, contra apenas 27% que preferem filmes legendados. Talvez por isso, os nacionais sejam tão bem avaliados. Mesmo que 78% dê nota 8-10 para filmes estrangeiros, as obras nacionais levaram a mesma nota por mais da metade dos entrevistados (os filmes de Terror continuam sendo a preferência dos jovens, independente da língua, ou legenda).

Já em música, o sertanejo é o ritmo queridinho do Paulista. O Funk, lidera entre jovens de 12 a 15 anos. Mas é São José dos Campos que sai na frente, com shows de música como líderes de preferência pela população.

Conhecer a forma como seu público alvo lida com o cenário cultural é extremamente importante para tomar qualquer decisão estratégica que possa influenciar o seu negócio. Mas, principalmente, estar a par desses dados é primordial para atuar à nível nacional como um forte braço no apoio ao desenvolvimento cultural do país.